Thursday, January 1, 2015


O Sobinho


Ó Álvaro Sobrinho,
não enganas...
Tu tens muito dinheiro
porque és herdeiro
de famílias ricas angolanas?!...
O  teu avô era uma pessoa porreira:
ele tinha uma Quinta todas as semanas,
a Quinta-Feira.
Está explicada a grandeza
da tua enorme riqueza!...
Eu, com a idade em que estou,
lembro-me bem do teu avô.
Ele era um homenzarrão,
viajou nas caravelas do Diogo Cão.
Ele nunca gastou um tostão
do seu salário, num trabalho de escravidão,
para doar tudo, com o máximo afecto,
ao seu neto predilecto,
o Sobrinho, mais conhecido pelo Aldrabão.
Eu andei com o teu avô ao colo
e, tal como o angolano Rei-Presidente,
também sou sobrevivente
das expedições do Marco Polo.

Os Sidadões Nacionais

Ora vamu lá
trassar tudus os pilanos.
Nada prá maioria dos angolanos
pruquê não ção sidadões nassionais.
Tudo para os diGerentes do MPLA,
prós cêus filios e ginirais,
qui lutaram cumuns animais
nos Batalia dos Kuíto-Carnaval,
venceram o Guerra dos Sem Anus,
os primera e sigunda Guerras Mundial,
dirrotaram os Ispartanos,
qui eram amigus dus Rumanos,
e com os seus fuzil,
ajudadus pelo Tiradente,
conquistaram o indêpendensia do Brasil,
para fazêri da Dilma Prêsidente.
Foi êssês giniral do MPLA,
çoube a minha prêsidênsia,
qui conquistaram a indêpendensia
dos Istados Unido e Canadá
e pilaniaram a industrializassão
da Índia, China, Japão,
Rúcia e Caszaquistão.
Foi êcês giniral di Angola
qui conceguiram a libêrtação de Portugal
da subirania ispanhola. 
Pru isso...  istá dicidido
i qui num àja inganos:
Angola devi ser dividido
pros filios do Líder Quirido
e arguns dus cêus Ginerais.
A grandi maioria dos angolanos
não são sidadões nassionais
e num çabem qui eu e os meu ginirais
çamos os maior Herróis Mundiais.



Quando o Neto foi pró Galheiro

Quando o Neto foi pró galheiro,
do meio do nevoeiro,
para ocupar o Trono Presidencial,
surgiu o Salvador Nacional
que, com a sua actividade partidária,
desempenhou um importante papel
lançando a Isabel
na Indústria Aviária.
É um orgulho para todos os povos
esta Empresária dos Ovos...
Ela não nasceu em Luanda ou no Kuando Kubango
e,  partindo do nada,
graças ao Kapiango
de dinheiro,
tornou-se muito afamada
no estrangeiro.
Quando o Zédu e a Isabel forem para o galheiro
onde irão dar-lhes um tecto?
No Memorial do Agostinho Neto?
Ou construirão um Memorial mais bonito,
em Luanda,
mesmo no centro da Mutamba:
uma pirâmide como as dos Faraós do Egipto,
com uma altura como a distância que vai
desde Luanda até ao Dubai?

Wednesday, December 31, 2014


Diversificação da Economia


Vocês têm a mania
de que a diversificação da Economia
deve depender só do Estado?!...
Essa é uma ideia ruim.
A coisa funciona assim:
com o dinheiro abifado
dos cofres do Estado,
o Presidente e os seus filhos e generais
enviam esse dinheiro
para bancos dos paraísos fiscais
ou investem no estrangeiro,
(com receio de que acabem com a Corrupção),
para darem um bom nome à Nação.
A coisa parece anedótica...
Estes são, em termos gerais,
os valores Educação Patriótica
seguidos pelo Presidente e os seus Generais.
Há quem diga,
(os que têm vazia a barriga,
os desprotegidos),
que essa prática é criminal.
Angola tem um Reigime Feudal!
Estão todos esclarecidos?!
Este tipo de actividade depravada,
em Angola, chamam-lhe Iniciativa Privada.

Saturday, September 20, 2014


FANACURTE  Vai Continuar

O Festival do FANACURTE
vai continuar.
O pessoal não vai parar
de subtrair
e continuará curtir
com o que anda a fanar.
Agora é que a coisa está boa.
O pessoal vai continuar a dançar
em Madride, Brasília, Lisboa,
Wasighton,  Pequin e Moscovo,
com o dinheiro do povo.
Estes festivais são muito importantes
para pomoverem os governantes
e os seus vassalos mais directos.
São muito pouco correctos
mas...  que importa,
o mais importante
é manter o mais destacado governante,
o que passa o tempo a fazer batotas
desempenhando o patriótico papel
de desviar biliões de notas
para as contas bancárias da Isabel.
O Zé Kitumba Jacaré muito curte
a organizar os festivais do FANACURTE.

Friday, September 19, 2014


O Actor
para o Rafael Marques

Ele desempenha um papel principal
mas é, muitas vezes,  pateado
porque o público não está habituado
a usar a massa cinzenta cerebral,
vivendo num rotineiro degredo
e não entende que o enredo
visa despertar a consciência nacional
para promoção da dignidade social.
O actor é traidor,
grita um espectador
da primeira fila da plateia,
sem perceber que a coisa está  muito feia
porque da sua janela
só acredita nas histórias de telenovela,
onde todos vivem numa  felicidade
que nada tem a ver com a sua realidade.
Vocês os que vivem no musseque...
Na favela,
corrige o moleque,
que acha-se um ser muito evoluído
por ser um dos  moços  de recados do partido
e pensa que a sua situação é baril
porque, na maneira de comunicar,
até já sabe usar
o sotaque dos ricaços do Brasil.
Quando o actor principal
foi premiado no estrangeiro,
pela sua elevada estatura
no combate à ditadura,
muitos espectadores  da geral
gritaram que no estrangeiro
vivem apenas as forças do mal,
numa situação completamente caótica,
por isso homenagearam um indecente
que não teme o Rei-Presidente
e acha que a Educação Patriótica,
imposta na ditadura
pela Ministra da Curtura,
é uma falácia anedótica,
uma decisão
das menos cordatas ,
porque essa Educação
obriga, quem quiser ser cidadão,
a caminhar com quatro patas,
podendo  levantar as duas da frente
somente
em gestos de bajulação e veneração
ao Rei-Presidente.



 

O  Anão


Não se cansam de propagandear,
no pasqim oficial,
de que ele é um gigantão...
Há dias, quando o foram entrevistar
acabámos por verificar
que o pasquim é aldrabão.
Afinal
ele é um anão
intelectual.