Ao fim de tantos anos

               Para o Prof. Inácio Rebelo de Andrade

Ao fim de tantos anos,

por tudo aquilo que fizeste,

na prosa e na poesia,

conseguiste evidenciar muitos enganos

vulgarizados por essa peste,

os imperadores da demagogia,

tentando provar que a felicidade

se atinge através da mediocridade,

na chefia

ou em obediência a uma matumba oligarquia,

como acontece com muitos patetas da nossa restinga

que,  quando decidem pensar,

só conseguem exalar

um forte cheiro a catinga.

Ao fim de tantos anos de travessias,

em desertos

e pradarias,

tens conseguido colocar nos lugares certos,

com a máxima precisão,

muitos pontos de interrogação,

vírgulas, pontos finais

e, sobretudo, os pontos de exclamação.

A essas poluídas inteligências

faltam-lhes capacidades intelectuais

para perceberem as tuas reticências...

Andam por aí muitos desses marginais

a zurrar opinião,

armados em intelectuais,

os arautos oficiais

desses poderosos fulanos,

gente de má nota,

que em direitos humanos

passam o tempo a fazerem batota.

Não, não queiras ser deles professor,

porque não conseguem aprender a lição,

têm o cérebro povoado de bolor,

em elevado estado de decomposição,

e não possuem a virtude

de entenderem a tua, sempre crescente, juventude.

José Filipe Rodrigues