A pobre missão dos politicos
· Domingos Kambunji
Luanda - Para mim, a mais nobre missão que alguém pode ter na sociedade é ser
honesto, competente e criativo na profissão que desempenha. Ser honesto,
criativo e competente são valores que facilitam a valorização profissional e
pessoal e contribuem para a melhoria do bem estar das pessoas, das regiões, dos
países e da civilização, de uma maneira abrangente, inteligente, altruísta e
sustentada.
O estudante deve dedicar toda a sua atenção para aprender cada vez mais
e para desenvolver um sentido crítico construtivo; o engenheiro deve trabalhar
sempre para ser o melhor engenheiro; o médico deve esforçar-se sempre para ser o
melhor médico; o pedreiro deve labutar sempre para ser o mais competente; o
jornalista deve desenvolver a sua acção de uma maneira vigilante, inteligente,
inovadora e interventiva, objectivando o crescimento do bem estar dos cidadãos,
em geral, e contribuindo para o aperfeiçoamento da cultura e da civilização em
que está inserido. Estes mesmos valores devem ser perseguidos por todas as
restantes profissões, incluindo os políticos, nos diferentes países, para
combater as desigualdades e injustiças sociais, como aquelas que se verificam
tristemente em Angola.
Em Angola parasitam demasiados mangas de alpaca em órgãos de informação
oficial, que jamais conseguirão ser jornalistas, ocupando posições de sobas da
informação ditada de poleiros superiores. Eles evidenciam demasiadas paranóias
em relação ao que os membros da oposição pensam, dizem e propõem e, sobretudo,
com o que eles serão se algum dia vierem a conquistar o poder, actualmente
ocupado por eleitos em processos muitíssimo duvidosos.
O futuro constrói-se a partir do passado e do presente. Esses mangas de
alpaca, sobas da informação ditada de poleiros superiores, ou são cegos, ou são
surdos, ou são tolos, ou acumulam todas essas deficiências. Eles parecem ser
incapazes de observar o passado e o presente dos actuais políticos angolanos
feudais. Desperdiçam o tempo a pavonearem-se com o crescimento do país, com
argumentos infantis ou adolescentes, escondendo que ele está muito longe de
encarrilar para os padrões de desenvolvimento de muitos países, repetitivamente
achincalhados por esses mangas de alpaca, sobas da informação ditada de poleiros
superiores, tentando apresenta-los como decadentes, falidos, desgovernados,
desorientados.
Vamos ser objectivos: o Angolagate não é o resultado das vigarices de
presidentes americanos, mexicanos ou irlandeses; os Diamantes de Sangue
angolanos não são comercializados por generais e filhos de presidentes
brasileiros, argentinos, noruegueses ou polacos; os musseques não foram
edificados por cidadãos suiços, canadianos ou chilenos; os raptos, espancamentos
e mortes em Angola não são efectuados por esquadrões da morte suecos, ingleses
ou holandeses; as agressões a deputados da oposição, por polícias do Reigime,
não são praticadas por carabineiros italianos; as filhas do Barack Obama não
aparecem nas listas da Forbes como bilionárias; as novas centralidades chinesas
de Angola servem para alojar microscópicas minorias; o desgoverno e desvio de
receitas públicas contribuem para que falte kumbu para o pagamento dos salários
de professores e das pensões sociais de ex-combatentes; agências internacionais
de caridade dedicam-se a campanhas de recolha de fundos para o combate da fome
em Angola; a cidade de Luanda, mais de trinta anos após a independência,
continua com um paupérrimo serviço de abastecimento de água e electricidade; as
estradas de Luanda, mais de trinta anos depois da independência, continuam a ser
picadas urbanas; Angola está no topo das estatísticas mundiais dos países
corruptos e mal governados; Angola está na cauda da lista mundial de Liberdade
de Informação; a Eugénia Neto, quando tentou defender o indefensável, acerca do
27 de Maio, foi condenada por difamação, num país onde o sistema judicial não é
comandado pelo Rei-Presidente angolano; etc, etc, etc...
A sorte dos mangas de alpaca, sobas da informação ditada de poleiros
mais elevados, é de que as intervenções no estrangeiro dos líderes da oposição
têm pouca repercussão e não impedem os roubos de bilionárias quantidades de
dinheiro pelos Patrões Angolanos da Corrupção.
Houve quem ficasse muito chocado por um, tristemente famoso, político do
MPLA, deputado do Reigime, afirmar de que as propostas e críticas da oposição
eram diarreias mentais. Não perbebo porque é que essas palavras feriram
susceptibilidades. Os políticos do MPLA têm toda a liberdade para, através das
suas intervenções no ParaLamento, declararem o que possuem no cérebro. Os mangas
de alpaca da informação oficial, ocupando posições de sobas da informação ditada
de poleiros superiores, tentam copiar os comportamentos e as atitudes desse
deputado mas, para o mal da comunicação social angolana, infelizmente, são
muitíssimo mais limitados do que esse paraLamentar.
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