Demarcação das terras
indígenas
@ http://gilgoncalves.blogspot.com/
Se isto é internacionalismo…
e. c. almeida
@ http://pululu.blogspot.com/
Segundo a rádio VOA (Voz da
América) a província do Kuando Kubango está sob a mira de
indivíduos, segundo parece, chineses, que estarão a ocupar indevida e
inopinadamente terras agrícolas e de pasto para cultivo de arroz, nomeadamente,
na região do Rio Longa.
Se já era incompreensível a usurpação de terrenos,
sem que os sobas e as autoridades tradicionais locais nada consigam fazer para
impedir, mais impressionante é a acusação de que os mesmos indivíduos estão a
recrutar crianças, entre os 14 e 17 anos, para fazerem o “seu" serviço
agrícola, contra o pagamento – mais que simbólico, já que o habitual é, também,
ele, baixo – de 90 dólares.
E tudo isto a escassos 90 kms da capital
provincial, Menongue.
É sabido que a província de KK é considerada como
“terras do fim do Mundo” mas, será que serão tão fim de mundo que o
Governo provincial e as forças policiais nada saibam, nada ouçam, nada vejam, e
permitam que esta absurda e incompreensível situação seja já do domínio público
internacional?
Quero crer que não. Que tudo esteja a ser feito ao
arrepio das nossas autoridades e que Luanda, em último caso, faça uma
intervenção pronta e objectiva sobre todos estes desmandos denunciados.
Já há tempos se soube que brasileiros andavam a
ocupar excelentes terrenos agrícolas no Kwanza Sul para produção de soja que seria
reenviada, a posteriori e, provavelmente, como produto brasileiro, para
a China.
Agora esta estranha, absurda, anómala e
incompreensível situação, a que se junta, uma vez mais, a acusação que a China
estará a “exportar” condenados seus para Angola. Recordo que já há cerca de 5
anos, quando detinha responsabilidades associativas, ouvi esta acusação que
nunca me provaram. Mas…
Todavia, deixem-me ser ingénuo, e não querer
acreditar que o “internacionalismo” chinês vá a tal ponto e que os “subsídios”
financeiros da China já não sejam só pagos pelo petróleo.
Entretanto, a agricultura de subsistência dos
angolanos está desaparecendo naquela região.
E a quem é que isto interessa
?...
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