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Domingos Kambunji
Hoje,
quando os Republicanos iniciaram o luto pós-resultados eleitorais e os
Democratas acordam para uma realidade que exige muito esforço e dedicação dos
americanos para reerguerem os Estados Unidos da crise que provocou tantas
consequências nefastas neste país, conseguimos prever o sermão dominical do
Manaças ou do Rio Beiro, heterónimos da mesma corrente de pensamento imposta à
sociedade angolana pelo MPLA, a celebrar, pública ou sub-repticiamente, a
vitória do Presidente Barack Obama.
Inicialmente
o Rio Beiro sonhava com uma visita do Presidente Obama a Angola para bajular o
José Eduardo dos Santos. Isso não aconteceu porque a inteligência e carácter não
se misturam com nem bajulam a incompetência e o oportunismo cabritista. Depois,
ainda recentemente, o Rio Beiro opinou que as políticas internacionais dos Democratas
e dos Republicanos são exactamente iguais.
Isso significaria que as maneiras de pensar sobre política internacional
do Brack Obama e do Mitt Romney são coincidentes, o que não é verdade, como
ficou demonstrado nos debates, uma confrontação a que o Zédu foge como o diabo
foge da cruz.
O primeiro
mandato do Presidente Obama demonstrou exactamente o contrário, daí o ter sido
tão fútil e injustamente criticado pelos Republicanos, que são dos mais
acérrimos defensores da democracia nos USA mas no estrangeiro nem sempre é essa
a regra, como demonstram as práticas mais recentes.
As críticas
à evolução política em algumas das “primaveras árabes” levaram os Democratas a
questionarem os Republicanos sobre os ideais que orientaram as recentes
intervenções e participações dos Estados Unidos, que estão a chegar ao fim por
decisão do Presidente Obama. Se os Republicanos são defensores da democracia
devem aceitar a expressão eleitoral nesses países e aguardar pela maturação dos
seus sistemas democráticos e, em especial, pela evolução e aperfeiçoamento das
suas instituições.
São
célebres os discursos do Presidente Obama a favor da democracia e na defesa dos
direitos humanos em vários países, em especial o discurso que proferiu no Cairo,
que, se os Rios Beiros e Manaças tiverem um mínimo de capacidade de
interpretação, verificam serem uma forte crítica aos Reigimes como o imposto em
Angola.
A
satisfação dos Rios Beiros e dos Manaças é e será sempre hipócrita, porque
acontece no actual universo político e social angolano, que eles defendem tão fanática,
subserviente e parasitariamente. A vitória eleitoral do Presidente Obama ocorreu
num sistema político descentralizado, com um Senado, Câmara dos Representantes,
Governos Estaduais, Autarquias e outras instituições fortes e adultas, independentes
e interdependentes, onde se valoriza, respeita e promove a diversidade de
opinião construtiva, e, sobretudo, numa República Federal com um poder Judicial
independente e adulto, o que não acontece em Angola, o país onde oferecem-se
Jaguares e o presidente do Tribunal Constitucional é quitandeiro imobiliário.
O
presidente Obama concorreu às eleições a título individual, para ser o
Presidente de todos os norte-americanos.
O Zédu concorreu escondido na lista de um partido, para ser o Presidente
dos do MPLA,
Se o Martin
Luther King ressuscitasse como angolano seria raptado ou espancado pelos
milícias do Zédu ou condenado pelo poder judicial angolano por difamação ou por
ser um estagiário com um diploma não homologado pelo Presidente e pelo Vice-Presidente
de Angola ou pelo Comité Central do MPLA.
É por estas
e por muitas outras razões que o Presidente Brack Obama recebeu o Prémio Nobel
da Paz, enquanto o José Eduardo dos Santos foi humilhado com a atribuição da Ordem
da honra do Putin.
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