O
Cágado e o Cagádo
·
Domingos
Kambunji
Quando
vires e ouvires um cagádo, em cima de uma mulemba, a relembrar ecolalicamente,
as fogueiras da Jamba, alguém o pôs lá, para tentar disfarçar os fuzilamentos, a
repressão e a engorda de jacarés do
Bengo com carne humana, práticas habituais do Reigime de Luanda. Ele invoca as
fogueiras da Jamba para que as pessoas pensem que as balas de Luanda não
fuzilaram muitíssimos mais angolanos
Os
cágados, tal como o cagádo, são incapazes de subir às árvores. Ambos possuem um
processamento mental muito lento e estão, assim, incapacitados de ascenderem
social e intelectualmente, na vertical ou na diagonal.
Os
cágados são, muitas vezes, adoptados como animais de estimação. O cagádo,
revelando demasiado bolor cerebral e facial, foi adoptado e é usado como animal
“acirração”, na defesa da fraude e da corrupção, do nepotismo e do cabritismo,
da ditadura e da repressão. Ele procura, de todas as maneiras possíveis, desviar
a atenção dos angolanos para a vergonhosa desigualdade social e injustiça na
distribuição dos rendimentos que o poder, abusivamente, pratica, manchando o bom
nome do país.
O
cagádo, eunuco mental, só bota faladura quando sente-se bem protegido pelos
polícias, milícias e esquadrões da morte da Ditadura. Sózinho acobarda-se, tem
receio de chiar ou zurrar, uivar ou rosnar. Ele ressona, muito frequentemente,
nos momentos em que é pago para incitar ao ódio e criticar negativamente a
diversidade de pensamento e opinião, a liberdade de reunião e de manifestação e,
sobretudo, o pensamento crítico construtivo.
O
cagádo, como ser pouco racional, tem muita inveja de todos os que possuem
elevada capacidade para pensar e vivem honestamente sem dependerem das douradas
petroleiras migalhas de pirão, que o seu patrão lhe atira para o chão, ou para
uma manjedoura construída para alimentar todos os que vivem no curral dos ógãos
de propaganda e informação oficial do Reigime de Luanda, mais conhecidos por
órgãos de cumunicação.
O
cagádo tem um enorme receio e grande vergonha de mostrar os dentes, por estarem
demasiado cariados com a ideologia do medo, do sangue, da morte e da batota, que
é obrigado a engolir, digerir e a defecar nos seus escritos, como
individualidade de má nota.
O
desenvolvimento de mentalidades adultas e democráticas deveria ser cultivado e
regado por individualidades bem formadas, inteligentes, que assim contribuiriam
para a construção de uma sociedade mais justa, equilibrada e culta.
Infelizmente, esse papel é desempenhado pelos cagádos cabritistas que,
abusivamente, tal como no tempo colonial, desejam que as pessoas raciocinem à
velocidade de cágados e avancem social e mentalmente num passo de lesma ou de
carangueijo. Isso facilita o surgimento
dos novos ricos, multimilionários e bilionários, e sabota o desenvolvimento de
uma sociedade mais justa e harmosiosa em Angola.
Os
cagádos do sistema, especialmente os que rastejam no lodo dos órgãos de
cumunicação e propaganda de Luanda, chico-espertos a desestabilizarem e
defraudarem, incapazes de comunicar e debater ideias para a melhoria das
mentalidades, são protegidos por uma
oligarquia, uma micro-minoria, que, paranoicamente, teme a evolução da sociedade
para padrões semelhantes aos dos países que se apresentam como timoneiros na
valorização dos direitos humanos e da dignidade social dos seus
cidadãos.
A
memória do cagádo situa-se exclusivamente na pré-história das sinergias do
desenvolvimento global sustentado e moderno, em nada contribuem para a melhoria
da realidade social angolana presente e, sobretudo, para a futura. Os angolanos
de agora necessitam de memórias mais dinâmicas, mais inteligentes, necessitam de
construir referências de futuro, próximo e distate, para que não fiquem ainda
mais ultrapassados pelo tempo e colonizados por mentalidades anquilosadas e
apodrecidas.
O
cagádo luta contra a evolução e modernização de mentlidades, usando os seus
escritos oriundos da sua obstipação cerebral. O cagádo é bem remunerado para
disparatar do topo da molemba onde foi colocado, inspirado nos valores coloniais
de outrora e tentando proteger as normas feudais de agora, os valores
anti-nacionais.
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