Sunday, July 6, 2014


Os zumbidos do marimbondo
·         Domingos Kambunji

O Casimiro anda muito zangado porque, de acordo com as palavras deste marimbondo do sistema, os jornalistas angolanos são insultados e ameaçados e a Europa fica calada. Coitado. O Casimiro anda mesmo muito desnorteado, equivocado e atrapalhado.  Que se saiba, a nível mundial, não só na Europa, os que são muitos criticados, pelo seu oportunismo e servilismo matumbo, são os moços e as raparigas de recados que servem e servem-se nos órgãos oficiais de informação falaciosa e propaganda, com especial destaque para o pasquim onde o Casimiro se arrasta diariamente, revelando uma enorme falta de eloquência, criatividade, civilidade e humanismo.
O rapaz deve ter amuado na esperança de lhe darem atenção, aguandando a solidariedade das pessoas cultas, bem formadas, da Europa e do resto do mundo. Está completamente enganado.  Os jornalistas europeus e outras instituições europeias e mundiais não pretendem interferir na informação de cordel que vai acontecendo em Luanda, infelizmente há demasiadas décadas. É bom que ninguém interfira, porque os arquivos do que se publica hoje nos órgãos oficiais de informação falaciosa e propaganda irão servir de prova, no futuro, que se deseja bastante próximo, para demonstrar quão retrógrada, matumba e sanzaleira é a cultura zéduardina imposta em Angola e a subserviência nojenta em que aceitam colaborar tantos moços e raparigas de recados da propaganda.
Neste tempo Feudal, os moços e as raparigas de recados dos ógãos de cumunicação oficiais têm atitudes e comportamentos, visões e missões exactamente iguais às que se usavam nos tempos coloniais.
É do conhecimento geral de que existem vários jornalistas angolanos muito respeitados e elogiados a nível nacional e internacional.  Nenhum deles faz parte dos órgãos de cumunicação e propaganda do Reigime de Luanda porque são inteligentes, bem formados e recusam-se a participar na bajulação fedorenta ao actual Reigime Feudal. Claro, o Reigime não gosta desses jornalistas. Alguns foram mortos e outros são frequentemente perseguidos e até presos. O Reigime, inimigo da Comunicação Social, só está interessado na informação propagandística, em cumunicar, na defesa das imposições que impedem uma formação adulta e crítica das mentalidades angolanas.
A ditadura reage muito mal à critica porque tem telhados de vidro, vive em paranóia e tem consciência da sua incompetência. A ditadura inventa lendas patetas e rumores conspiratórios e impôem heróis de acordo com as conveniências do poder. As sociedades democrática mais modernas e avançadas respeitam os seus heróis por estes destacarem-se nas artes, na ciência, no aperfeiçoamento e vulgarização dos direitos e deveres humanos.  As ditadura angolana exalta os senhores da guerra, os vencedores das batalhas do kuito-carnaval, os que matam e mataram mais, os que surripiam receitas estatais, os que contribuiram e contribuem para o avolumar das desigualdades sociais.
O Casimiro não deve andar preocupado. Nós rimo-nos muito, sarcásticamente, com o seu modo de pensar atrasado, retrogrado, pré-histórico em relação ao jornalismo que é praticado em países modernos, civilizados, avançados, bem educados e instruídos. De um modo geral, o jornalismo que se pratica na Europa e nas Américas, especialmente na do Norte, e o publicado por alguns jornalistas angolanos independents do Sistema Feudal, em eloquência e competência, está muitíssimo mais avançado, a anos luz, do que a cumunicação oficial angolana produz. Nesses países os presidentes não são donos de pasquins oficiais, como acontece com o Rei-Presidente angolano.
Ninguém irá fazer mal aos moços e raparigas de recados da cumunicação oficial angolana. Os deficientes não devem ser maltratados e, para além disso, em Angola, estes agentes da informação propagandística até são bastante protegidos e aplaudidos pelos milícias, polícias e esquadrões da morte do Reigime Feudal.  O Casimiro pode continuar a dormir descansado no exercício da sua profissão no pasquim oficial dos Senhores da Guerra. Só é de lamenter que demore tanto a acordar.

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