Saturday, November 24, 2012

Bom Dia, Nelo de Carvalho

Na tua mensagem verifica-se que encontras-te muito incomodado pela maneira como o processo de melhoria das condições sociais em Angola tem evoluído. Cheguei à conclusão de que para não entrar em depressão, um dos dois percursos deve ser seguido: o primeiro é rirmo-nos profundamente da ficção desenvolvida nos órgãos de comunicação social angolana, em geral, optando pelo conformismo e fatalismo, ou, o outro, é o de manifestar a opinião crítica, persistentemente e incansavelmente.
Ainda recentemente li um longo artigo de um tal João Pinto, constitucionalista e jurista, a advogar a defesa de uma Constituição diferente para “Brancos e para Pretos” e tentando desacreditar os críticos da Atípica, por não perceberem a realidade política e social africana. Nesse momento não tive a certeza se era um argumento para fazer rir, chorar ou vomitar.
A minha idade, suficientemente avançada e adulta para facilitar-me interpretações e para observar as contradições, bastante jovem na coerência e na acção, impede-me de enveredar pelo fatalismo e ajuda-me a gerir as emoções de um modo bastante construtivo.
Não acredito que vão reescrever a Constituição norte-americana , agora que os “Brancos” deixaram de ser maioria, ou que a Constituição brasileira seja assim tão anquilosada, só para respeitarem e obedecerem à filosofia do João Tinto.
Cheguei à conclusão de que o melhor caminho a seguir será o de continuar a falar, a opinar, a desmascarar. Eu sou bastante insensível e estou vacinado contra os zurros dos burros da comunicação social oficial angolana e de outros arautos do Reigime. Verifico que eles não são surdos e a suas cegueira e paranóia também poderão ser tratadas pela persistência com que desejas Bons Dias a Angola, de uma maneira construtiva e inteligente.
Ainda recentemente o Bolha, do pasquim oficial, tentava fazer passar a imagem de que as estradas angolanas eram as melhores do mundo, em especial a que segue para o Kuando Kubango. O Rio Beiro encontra-se perdido nas picadas, esburacadas e lamacentas, onde se desloca o seu trânsito mental. As últimas chuvadas vieram a demonstrar que as estradas propagandeadas pelo Bolha, em especial em Luanda, são demasiado submarinas, como são demasiadamente submarinos e subterrâneos os ideólogos de cata-vento que tentam gerir as mentalidades para imporem um cultura de obediência cega, surda, muda, fatalista e conformista.
Bom dia, Nelo de Carvalho.
Um abraço do
Domingos Kambunji

No comments:

Post a Comment