Friday, June 27, 2014

O pateta angoluso de agora *

·         Domingos Kambunji

 [Quando vimos o comandante-chefe na inauguração do Mundial de Futebol, pensamos que, por falta de comparência de um dos países qualificados, o chefe tivesse dado alguma gasosa, daqueles biliões que desaparecem dos cofres dos bancos sem deixarem rasto, ou  do kumbu da venda de recursos naturais que nunca aparece nas receitas do Estado, para colocarem “Os Palancas” numa das séries em que as vitórias são decididas aos pontapés e às cabeçadas.  Não, não houve países desistentes. O Brasil não manda no Campeonato Mundial de Futebol. O Brasil só tem as despesas. Os lucros vão todos direitinhos para as contas bancárias da FIFA. A presença do comandante-chefe, como convidado, deve ter tido por objectivo dissuadir os manifestantes nos protestos contra a injustiça social no Brasil. Alguns desses manifestantes parece terem ficado convencidos de que o Dono de Angola levou consigo muitos dos jacarés do Bengo para colocá-los ao serviço da Dilma...]

O pateta angoluso de agora tenta escrever crónicas, inspiradas nos Poetas Andaluzes de outrora, sobre o Mundial de Futebol.  No seu tempo, os Poetas Andaluzes acreditavam em ideais de igualdade e justiça social para todos os seres humanos.  O pateta angoluso de agora emigrou para África, não tinha emprego na Europa, onde os bons escritores não cedem ao oportunismo e ao mercenarismo sanzaleiro. Ele, demagógicamente, invoca os Poetas Andaluzes de outrora para tentar defender  os patrões da fome, do medo, das desigualdades sociais e da repressão, vulgarizados pelo Reigime Feudal, o vencedor da Batalha do Kuito-Carnaval. O pateta angoluso de agora esconde essas vergonhas por trás das cortinas da incoerência e da demagodia, que tenta costurar com muitas palavras de bajulação subserviente a um ser decadente.
O pateta angoluso de agora é mercenário, comprado por trinta dinheiros de sangue, pago para maldizer e incitar ao ódio contra os acreditam em muitos dos valores defendidos pelos Poetas Anduluzes de outrora. Ele gatafunha muitas crónicas, enfadonhas, misturando poesia com futebol e dignidade humana com filosofias de bordel. Depois relembra e utiliza passagens de figuras que se notabilizaram, fazendo-se passar por amigo intimo, como é o caso do Ernesto Lara, para tentar ter relevo, adornando os seus escritos com muita purpurina escatológica do seu narcisismo matarroano, da sua criatividade falhada. As suas crónicas, matumbas, pategas, achulézadas, repletas de catinga, são um atentado contra a inteligência e a critividade. A sua ideologia é saprófita.
Nós também fomos amigos do Ernesto. Apesar dos momentos de depressão e de imaginação fantasiosa do Lara (ele era especialista a inventar várias galgas muito cómicas), se o Ernesto ainda fosse vivo, temos a certeza de que classificaria os pensamentos deste pateta angoluso de agora como vapores do rego, oriundos de uma diarreica incoerência intectual, de uma personalidade de má nota, defensor de ideais de batota.
... E os poetas populares escrevem rimas satirizando esse pateta angoluso de agora, descrevendo o processamento mental desse parasita social: “Se o Bolor  fosse pensador/e o oportunismo fosse eloquência/este acessor do director/bajulador do Ditador/não teria mudado de residência/aceitando ser um escritor/numa vitrina/de latrina”.
Enquanto o chefe vai apodrecendo na presidência, o pateta angoluso de agora constinua a desintegrar-se, cada vez mais, com os seus escritos cabritistas. Ele aguarda, sentado numa esplanada, consumindo alcool na companhia de mulheres de má nota, a vinda da eloquência, o que nunca irá acontecer. Será dificil aparecer uma mulher com cabeça que pense, capaz de amar este pateta angoluso de agora. Ele, para além de ser parolo, tem ideias muito fedorentas. Só mulheres fáceis, com microscópica inteligência e dignidade, se sujeitariam a fazer companhia, ao pateta angoluso de agora, no consumo de cerveja e de Sbell, enquanto ele aguardava o regresso do Ernesto, quando este último ia assitir aos jogos do futebol suburbano.
[O Sbell era o wisky baratucho que o pessoal gozava dizendo: Se Beberes Este Líquido Lixas-te.] O pateta angoluso de agora já nasceu lixado, viveu sempre lixado, por falta de dotes intelectuais, e ficou ainda mais lixado quando teve de emigrar para Angola, porque a Europa não tem mercado para rosqueiros com uma formação pessoal efluente de uma cultura de estrumeira. O Sbell não pode ser culpabilizado por todas as atitudes e comportmentos do pateta angoluso de agora.
“A cultura política da Dilma assenta num principio muito simples: primeiro come e depois pensa”.  A cultura política do patrão do pateta angoluso de agora assenta num principio muitíssimo complicado para os que não se alimentam: eles comem muita porrada quando tentam pensar. O pateta angoluso de agora aplaude, bajula e venera esta cultura política do Arquitecto do Pus.
* Folha8, junho 2014

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