Quando
Kubango?
·
Domingos
Kambunji
Ainda
não há muito tempo um dos escribas dum Órgão de Cumunicação e Propaganda do
Reigime afirmava que o Kuando Kubando possuía as melhores e mais seguras
estradas do mundo. Nós, que já viajámos por alguns continentes do planeta Terra,
rapidamente concluímos que o mundo desse megafone-escriba é demasiado pequeno e
não vai além do perímetro de propaganda dos Novos Ricos da republicana-monarquia
angolana. De facto, as estradas do Kuando Kubando, comparadas com as
auto-estradas da Alemanha, da Austrália, do Canadá, da Inglaterra, da França, da
Espanha, só para citar alguns exemplos, não passam de picadas asfaltadas, que os
Órgãos de Cumunicação do Reigime, fanáticamene incapazes de comunicar, apenas de
informar propagandísticamente, decidiram promover à categoria de Estradas.
Coitados desses escribas que, apesar de se colocarem nas pontas dos pés para
parecerem adultos, não passam de infantis anões intelectuais ou eunucos
cerebrais.
Há
alguns dias, na RPT África, na RTP Internacional e nos Órgão do Propoaganda do
Reigime surgiram reportagens sobre a indústria de produção e transformação de
madeiras exóticas no Kuando Kubango. Pensámos inicialmente que iriam aparecer
engenheiros agrónomos e silvicultores a falarem sobre a implementação de planos
e projectos de plantio para a exploração de espécies silvícolas, afim de
garantir um futuro sustentado na produção de madeiras exóticas. Não! Apareceu
nos ecrãs das televisões e foi citado noutros Órgãos de Cumunicação um anafado
governador provincial explicando que andavam a cortar as árvores de madeira
valiosa, não plantadas pelo Reigime, nascidas muito antes de ele ser diGerente
do MPLA, talvez ainda durante o tempo colonial. Os troncos dessas árvores são
laminados numa serração artesanal e essas tábuas são comercializadas fora da
província.
No
início da apresentação dessa reportagem nós também chegámos a pensar que o
Kuando Kubando tinha desenvolvido uma indústria de fabricação de móveis de
elevada qualidade, o que permitiria a formação profissional de alguns
desempregados ou sub-empregados, promovendo a retenção de mais valias a nível
provincial. Não! A indústria de produção e transformação de madeiras exóticas do
Kuando Kubango é exactamente igual à indústria da exploração de petróleo,
diamantes e outros recursos naturais, comercializados nas trocas com países
estrangeiros, para benefício das elites do Reigime Feudal angolano. Trata-se de
uma indústria de saque e usurpação das riquezas naturais da provincia e do
país.
Quem
conhece o que são as indústrias de produção e transformação de madeiras, em
países civilizados só poderá concluir que o governador provincial do Kuando
Kubango é demasiado tosco, oportunista, ao aparecer de forma tão bonacheirona a
anunciar desenvolvimento e crescimento económico regional. Acreditamos que esta
empresa de televisão, ao emitir este tipo de entrevista, pretendeu caricaturar,
de uma maneira muito sarcástica e/ou tragico-cómica, a boçalidade das
personalidades que ocupam os cargos de “Altos Dirigentes Provinciais”, sem terem
sido eleitas para esses cargos, com uma formação académica muito deficiente. As
pessoas em todo o mundo, graças aos serviços dessa empresa de televisão, ficaram
a saber que o MPLA não tem Líderes e pessoas bem formadas para ocuparem cargos
governamentais e de gestão, a nível provincial e nacional. O MPLA é um dirigido
apenas por capatazes, por vezes vergonhosamente matumbos.
Essa
indústria de produção e transformação de madeiras do Kuando Kubango não passa de
uma actividade artesanal de moto-serras e serração. No Kuando Kubango as
moto-serras e as serrações produzem tábuas para carregarem uma camionete, de vez
em Kuando, e não existem planos de reflorestação e desencolvimento regional sustentado
inteligentes.
A
melhoria da qualidade de vida do Kuando Kubando poderia também passar por
campanhas de florestação da provincia, para a produção de madeiras de grande
valor, como investimento de futuro, e pela formação professional de jovens
angolanos para a indústria de fabricação de mobiliário de alta qualidade. Os
diGestores do Reigime estão mais interessados no enriquecimento fácil do que no
desenvolvimento social harmonioso e sustentado.
O
Reigime, para garantir a continuidade, prefere investir em meios militares, em
adquirir “aviões que estavam para ser enviados para a sucata, numa situação
caquética, uma despesa nada barata, comprados à Nova União Soviética”. Dessa
maneira conseguirão intimidar e eliminar as pessoas mais bem formadas e as mais
construtivamente cépticas, para não desafiarem os mais poderosos senhores
empresários da Indústria do Saque das receitas provenientes da venda dos
recursos naturais do país.
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