Saturday, May 17, 2014


Quando Kubango?
·         Domingos Kambunji
Ainda não há muito tempo um dos escribas dum Órgão de Cumunicação e Propaganda do Reigime afirmava que o Kuando Kubando possuía as melhores e mais seguras estradas do mundo. Nós, que já viajámos por alguns continentes do planeta Terra, rapidamente concluímos que o mundo desse megafone-escriba é demasiado pequeno e não vai além do perímetro de propaganda dos Novos Ricos da republicana-monarquia angolana. De facto, as estradas do Kuando Kubando, comparadas com as auto-estradas da Alemanha, da Austrália, do Canadá, da Inglaterra, da França, da Espanha, só para citar alguns exemplos, não passam de picadas asfaltadas, que os Órgãos de Cumunicação do Reigime, fanáticamene incapazes de comunicar, apenas de informar propagandísticamente, decidiram promover à categoria de Estradas. Coitados desses escribas que, apesar de se colocarem nas pontas dos pés para parecerem adultos, não passam de infantis anões intelectuais ou eunucos cerebrais.
Há alguns dias, na RPT África, na RTP Internacional e nos Órgão do Propoaganda do Reigime surgiram reportagens sobre a indústria de produção e transformação de madeiras exóticas no Kuando Kubango. Pensámos inicialmente que iriam aparecer engenheiros agrónomos e silvicultores a falarem sobre a implementação de planos e projectos de plantio para a exploração de espécies silvícolas, afim de garantir um futuro sustentado na produção de madeiras exóticas. Não! Apareceu nos ecrãs das televisões e foi citado noutros Órgãos de Cumunicação um anafado governador provincial explicando que andavam a cortar as árvores de madeira valiosa, não plantadas pelo Reigime, nascidas muito antes de ele ser diGerente do MPLA, talvez ainda durante o tempo colonial. Os troncos dessas árvores são laminados numa serração artesanal e essas tábuas são comercializadas fora da província.
No início da apresentação dessa reportagem nós também chegámos a pensar que o Kuando Kubando tinha desenvolvido uma indústria de fabricação de móveis de elevada qualidade, o que permitiria a formação profissional de alguns desempregados ou sub-empregados, promovendo a retenção de mais valias a nível provincial. Não! A indústria de produção e transformação de madeiras exóticas do Kuando Kubango é exactamente igual à indústria da exploração de petróleo, diamantes e outros recursos naturais, comercializados nas trocas com países estrangeiros, para benefício das elites do Reigime Feudal angolano. Trata-se de uma indústria de saque e usurpação das riquezas naturais da provincia e do país.
Quem conhece o que são as indústrias de produção e transformação de madeiras, em países civilizados só poderá concluir que o governador provincial do Kuando Kubango é demasiado tosco, oportunista, ao aparecer de forma tão bonacheirona a anunciar desenvolvimento e crescimento económico regional. Acreditamos que esta empresa de televisão, ao emitir este tipo de entrevista, pretendeu caricaturar, de uma maneira muito sarcástica e/ou tragico-cómica, a boçalidade das personalidades que ocupam os cargos de “Altos Dirigentes Provinciais”, sem terem sido eleitas para esses cargos, com uma formação académica muito deficiente. As pessoas em todo o mundo, graças aos serviços dessa empresa de televisão, ficaram a saber que o MPLA não tem Líderes e pessoas bem formadas para ocuparem cargos governamentais e de gestão, a nível provincial e nacional. O MPLA é um dirigido apenas por capatazes, por vezes vergonhosamente matumbos.
Essa indústria de produção e transformação de madeiras do Kuando Kubango não passa de uma actividade artesanal de moto-serras e serração. No Kuando Kubango as moto-serras e as serrações produzem tábuas para carregarem uma camionete, de vez em Kuando, e não existem planos de reflorestação  e desencolvimento regional sustentado inteligentes.  
A melhoria da qualidade de vida do Kuando Kubando poderia também passar por campanhas de florestação da provincia, para a produção de madeiras de grande valor, como investimento de futuro, e pela formação professional de jovens angolanos para a indústria de fabricação de mobiliário de alta qualidade. Os diGestores do Reigime estão mais interessados no enriquecimento fácil do que no desenvolvimento social harmonioso e sustentado.
O Reigime, para garantir a continuidade, prefere investir em meios militares, em adquirir “aviões que estavam para ser enviados para a sucata, numa situação caquética, uma despesa nada barata, comprados à Nova União Soviética”. Dessa maneira conseguirão intimidar e eliminar as pessoas mais bem formadas e as mais construtivamente cépticas, para não desafiarem os mais poderosos senhores empresários da Indústria do Saque das receitas provenientes da venda dos recursos naturais do país.

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