Monday, August 27, 2012


Os Embustes Políticos


Em Angola existe um Assimilado, poeta e deputado, que consegue fazer a tradução para a linguagem do Reigime das linguagens dos paradigmas, filosofias, teorias vulgarizados no tempo do colonialismo, com uma eficiência que não tem qualquer concorrente capaz de o igualar ou ultrapassar, na Republica-Monarquia a caminho dos quarto decénios de existência.

Os “pretos” ou os “terroristas” como eram designados pelos propagandistas do colonialismo, durante a guerra para a independência, agora são os elementos de outros partidos ou os críticos da burrocracia, classificados, com um léxico mais evoluído, como  “embustes políticos”.

Os cábulas que nasceram “há duas décadas atrás” e os que preferem andar distraídos a memorizar a História ditada pelo Rei-Presidente e escrita pelos “poetas, deputados, juristas e politólogos” do Reigime, todos muito bem trajados, não só com calças, com fatos completos e gravatas importados de Roma, Lisboa, Nova Iorque ou Paris, não sabem que para além do céu da sanzala ou do musseque existem muitos outros céus e vilas e cidades e aldeias e países, alguns deles com as melhores universidade do mundo, em todas as áreas do conhecimento.  Estes vassalos do Rei-Presidente são todos muito altruístas, oferecem as roupas usadas, aos cidadão de segunda ou terceira categoria, durante as campanhas eleitorais.  Também oferecem bicicletas, motas, notas de cem dólares e garrafões de vinho aos que jurarem votar no partido do Reigime.

Eles ficam muito incomodados porque os “pretos ou os terroristas” como eram designados antigamente, agora chamados de “embustes políticos”, defendem que “os verdadeiros patriotas não temem a mudança”. O caciquismo dos Assimilados Modernos é tão doentio que entrincheira-se no velho paradigma do Salazar, “quem não é por nós é contra nós”, onde não existem adversários, apenas inimigos figadais.  Para os “poetas, deputados, juristas e politólogos” do Reigime o apelo ao voto dos opositores junto de camadas mais específicas da população é tribalismo e, pelo paradigma de paranóias, propagandisticamente e parolamente vulgarizado pela cultura zéduardina, um apelo a um regresso à guerra civil ou a outros tipos de violência física. Isso são loengos de burro, bastante levedados, não são os loengos que nascem e crescem naturalmente nas florestas angolanas.  Se o conteúdo está na forma, a forma que dá corpo ao conteúdo dos loengos de burro é demasiadamente escatológica.

Os angolanos sabem, ou deveriam saber, que o crescimento do cimento e alcatrão não é acompanhado por um desenvolvimento económico-social. As estatísticas sociais, mesmo as do Reigime, não desmentem esta afirmação. As razias efectuadas nos cofres do Estado, se fossem combatidas, poderiam minorar, em grande escala, essas distorções sociais. Mas os “novos brancos” não podem admitir esse facto, sob o risco de não serem incluídos nas listas do partido para serem eleitos para o Paralamento.

Na Republicana-Monarquia, antes dos partidos da oposição expressarem o seu pensamento e ideais, os “poetas, deputados, politólogos e juristas” do Reigime antecipam-se, demonstrando um elevado grau de ansiedade paranóica, propagandeando que eles vão proferir “ataques, insultos, mentiras e calúnias”. Os “poetas, politólogos, deputados e juristas” fiéis ao Reigime, demasiado acomodados à disciplina partidária, “mulheres de má nota apresentando-se como virgens” ficam muito incomodados com a diversidade de opinião.  O Estaline também ficaria e as vítimas inocentes do 27 de Maio pagaram com a vida esse direito à liberdade de pensamento ou difamação a que foram sujeitos por parte dos defensores do paradigma imposto e ainda defendido nos nossos dias pelos “poetas” e seus leitores convertidos ao Reigime.

O poeta deputado não tem comentários a fazer quando alguém afirma que pretende combater a corrupção.  É natural que opte pelo comodismo, pelo silêncio, para não prejudicar os interesses do Líder Querido e dos seus descendentes, generais e digestores. Não está autorizado a falar sobre essa matéria, porque poderia comprometer o seu salário e a próxima vitória eleitoral e as futuras.  O Jornal de Apoio, a Televisão Política de Angola e o Rádio dos Nepotistas de Angola aplaudem muito ruidosa, demorada e multi-repetidamente a atitude do poeta-deputado.

Estes “poetas, deputados, politólogos e juristas” nunca fracassarão nas suas experiências políticas enquanto aplaudirem e permanecerem como totalmente obedientes e fiéis Sim Senhores do Rei-Presidente, recusando-se pensar ou opinar sobre a corrupção superiormente organizada.    

A Inteligência e Diversidade de Pensamento dos “pretos e terroristas”, os agora designados por “embustes políticos”, chateia muito os Assimilados pelo sistema implantado, como demonstra o poeta e deputado.

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